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Wolfgang Fobo

Transnistria (Português)

Toda a vida eu sempre disse que se eu tivesse dinheiro eu chutaria o balde da minha empresa e viajaria mais. Felizmente, quando eu fiz 63 anos, eu pude realizar o meu sonho e de fato me demiti da minha empresa. Uma profissão que ironicamente consistia em viajar por mais ou menos um terço do ano. Mas as viagens sempre foram para os mesmos lugares e quando a gente viaja cinquenta vezes para Pequim, mais cedo ou mais tarde você começa se sentir enfadado.

De fato eu estava de saco cheio de sempre viajar para os mesmos lugares. Felizmente, eu pude fazer poupanças suficientes que me permitiram pendurar as minhas chuteiras um pouco mais cedo.

Depois que eu tomei a decisão de me aposentar, o primeiro lugar para aonde eu quis viajar foi Transnístria. Transnístria? Quem já ouviu falar nesse lugar? Um país que oficialmente não existe. Alguns anos atrás eu li pela primeira vez sobre aquela região que fica entre Moldavia e Ucrânia. Conforme a ONU, a Transnistria pertence a Moldavia, mas o povo da Transnistria nem a pau quiseram ser parte da Moldavia. Pelo contrário, a população de qualquer jeito quer ser parte da Russia. Após uma curta guerra civil que aconteceu em 1992, finalmente a Transnístria estava protegida contra os ataques do exército da Moldavia por tropas russas, as quais ainda estão por lá.

A partir de 1992 a Transnístria se torna um país mais ou menos independente, mas sob a forte proteção da Russia. É evidente que sem proteção russa a Transnistria deixaria de existir.

Eu imaginava que a Transnístria seria um lugar bastante bizarro e por isso eu fiquei curioso pra caramba para saber o que me aconteceria quando eu chegasse lá.

Eu estava aposentado há somente uma semana, então eu viajei para a Transnístria. A viagem foi bastante simples. Pela internet eu encontrei uma agência de viagem que fica em Tiraspol, a capital da Transnistria. Eu reservei uma viagem de 4 dias e 3 noites, somente para mim. Quando eu cheguei no aeroporto de Chisinau, a capital de Moldavia, um guia me buscou e nós fomos de carro para Tiraspol, um trajeto que levava 90 minutos de carro, incluso o tempo que a gente levava na fronteira. Uma fronteira que somente existe do lado da Transnistria, porque conforme a lógica do governo de Moldavia nós não sairíamos de Moldavia. Mas mesmo chegando na fronteira da Transnístria, o processo de entrada foi muito simples e sem problema e pelo contrário do que eu li (entre outras coisas eu pude ler que supostamente existiria suborno). Em outras palavras, um turista deveria pagar um pouco a mais, ou seja, molhar a mão dos policiais, e por isso eu já fui preparado. Porém, não aconteceu nada!

O meu guia falava alemão e por isso a viagem foi muito agradável. Ele explicava muito sobre a história da Transnístria e por dois dias nós fizemos uma excursão para interior da Transnístria. Eu pude ver a pobreza dos moradores e como eles viviam, até mesmo um povoado onde antigamente moravam alemães. Parecia-me que os moradores levavam uma vida de mansinho, mas nem a pau eu queria trocar a minha vida por a vida deles.

Além das excursões que foram organizadas pela agência de viagem, eu tive tempo de andar sozinho na capital Tiraspol. Para mim foi muito bom porque eu falo um pouco de russo, eu não falava muito com a população, salvo com as empregadas do hotel e quando eu pedia o meu almoço ou jantar no restaurante. Os valores das refeições nos restaurantes eram bastante baratos. Você não paga mais do que um terço do preço que se paga na Alemanha. Um copo de cerveja - um chope - custava 60 centavos de Euro e eu pude jantar por menos do que 4 Euros. De outro lado, um professor no Tiraspol não ganha mais do que 120 EUR por mês. Em outras palavras para a população a Transnistria é um lugar caro.

Se eu tivesse que viver num povoado na Trasnístria, eu somente ficaria satisfeito com a vida se eu não conhecesse o resto do mundo.

Quando eu sempre volto de uma viagem para casa, todas às vezes eu levanto as minhas mãos para o céu de ter nascido na Alemanha. Sempre penso o quão sortudo eu sou e quão feliz eu tenho que ser!


Viver nesse povoado: Uma mesmice ou uma vida de mansinho? Quem sabe! Seja como for, viver aqui não é para mim. A propósito, uma razão pela qual eu amo viajar e depois voltar para casa.


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